terça-feira, 7 de setembro de 2010

Presidente, faltou solar no Planalto!


Lula ganhou do Greenpeace um painel para captar a energia do Sol, fonte inexplicavelmente esquecida na reforma do Palácio do Planalto.

Ativistas do Greenpeace subiram hoje a rampa do Palácio do Planalto para entregar um painel solar, esquecido durante a reforma do edifício, e uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O presente é uma lembrança para que o governo invista em energias renováveis no país e articule a aprovação do projeto de lei 630/03, conhecido como Lei de Renováveis, em tramitação no Congresso.
O assessor direto da Presidência Júlio Cézar Bersot recebeu o coordenador de campanha do Greenpeace André Amaral e prometeu que entregaria os presentes a Lula, que voltou a trabalhar hoje no local.

Durante o protesto, ativistas abriram faixas com a mensagem “Seu palácio, nosso futuro. Faltou solar na reforma do Planalto” e carregaram um painel solar rampa acima, até serem barrados pelos guardas da Presidência.



Símbolo da modernidade de Brasília, o Palácio do Planalto sofreu nos últimos 16 meses uma reforma que consumiu mais de R$ 100 milhões do dinheiro do contribuinte. Mas a modernidade do edifício se resume apenas à arquitetura. Nem um centavo da reforma foi investido em uso de energia renovável no local de trabalho do presidente da República. O Sol inclemente típico de Brasília, sentido na pele pelos ativistas e pela imprensa em peso que acompanhou a manifestação, foi mais um sinal de que a luz poderia ter sido muito bem aproveitada na construção.

Eis o que diz a carta a Lula:

Excelentíssimo presidente,

A reforma do Planalto veio em boa hora. O palácio estava mesmo precisando de obras. Quando foi construído, 50 anos atrás, ele era um ícone da modernidade e de um Brasil que vislumbrava um futuro. Essa vocação do edifício seria reafirmada de modo inequívoco se o senhor tivesse recomendado aos responsáveis pela obra a instalação de painéis solares, lembrando aos brasileiros sobre a importância dessa energia de fonte renovável, aliás a que tem o maior potencial ainda não explorado no país.

Incorporar painéis solares ao centro do Poder no país funcionaria como uma forte sinalização de que o Brasil trilhará o caminho do desenvolvimento com um olho novamente voltado para o futuro, crescendo, mas com responsabilidade ambiental. Além disso, os painéis o ajudariam a reduzir a conta de luz do Planalto. Sabemos disso por experiência própria. O Greenpeace instalou painéis solares no teto de seu escritório em São Paulo e seu gasto mensal com eletricidade caiu entre 20% e 30%.

E quando nossas instalações não estão sendo utilizadas, nos fins de semana por exemplo, a energia gerada não é desperdiçada. Ela é jogada na rede que abastece a cidade – uma pequena contribuição nossa para limpar a energia que abastece o maior centro urbano do Brasil.

O país pode dar uma lição ao mundo e ser a primeira nação que sustenta inteiramente seu crescimento econômico com energias renováveis. Não falta tanto para termos uma matriz 100% renovável. Para completar os 20% restantes, é preciso investir na energia do sol e do vento, fontes que, como a água, o país tem de sobra. É uma pena que o senhor tenha perdido a oportunidade de dar aos brasileiros e ao mundo um grande exemplo.

Mas nunca é tarde para corrigir um esquecimento. Se não no Palácio do Planalto, no Congresso, onde tramita desde o ano passado o projeto de lei 630/03, conhecido como Lei de Renováveis, que prevê incentivos para a geração renovável, de portes e fontes diversas. Aprovar essa lei ajudará a direcionar a nação para um futuro limpo, substituindo os investimentos em fontes sujas feitos nos últimos anos.

PS: Infelizmente o presente é importado. Da próxima vez esperamos que o painel solar seja produzido no Brasil.

Greenpeace



Tá aí, Greenpeace agindo, como sempre, ao contrário dos representantes do nosso país!!!

"A formiga é pequena, mas elas são um exército quando juntas."

Raul Seixas